História
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O Legado dos Doces Conventuais de Amarante
A Casa das Lérias, atualmente um encantador boutique hotel histórico com 22 quartos, foi outrora a confeitaria onde Alcino dos Reis revitalizou e reinventou os doces tradicionais de Amarante, sendo o mais famoso a "Léria". Com raízes que remontam ao século XIV, através das Clarissas, estes doces conventuais ocupam um lugar especial na história da doçaria portuguesa.
Doces Conventuais desde 1930
A tradição de confeção de doces conventuais em Portugal remonta a 1930, quando as Clarissas da Ordem de Santa Clara fundaram o seu convento em Amarante. Com recursos limitados, transformavam ingredientes simples — ovos, açúcar e amêndoas — em iguarias deliciosas. Estes doces tornaram-se uma importante fonte de sustento para o convento até ao seu encerramento em 1862.
Alcino dos Reis
Alcino dos Reis, nascido em 1885 em Massarelos, Porto, manteve uma forte ligação à região de Trás-os-Montes, particularmente a Chaves, de onde a sua família era originária. Em 1899, aos 14 anos, mudou-se para Amarante e, mais tarde, em 1914, casou-se com Júlia Martins. Juntos, criaram vários negócios, incluindo a recuperação dos doces conventuais que quase desapareceram após o encerramento do Convento de Santa Clara em 1862.
A Origem da Casa das Lérias
Em novembro de 1910, Alcino abriu a sua primeira loja, a Confeitaria Flaviense, onde vendia doces, sapatos e produtos locais. Com o passar do tempo, o negócio evoluiu e, na década de 1930, transformou-se na Casa das Lérias. Este edifício albergava a confeitaria onde Alcino e a sua família viveram e trabalharam até à sua morte em 1967. Através da Casa das Lérias e da sua dedicação a estes doces regionais, Alcino dos Reis tornou-se um verdadeiro embaixador cultural de Amarante, que preservou o património gastronómico da cidade e tornou-o conhecido mundialmente.
